Responsável: Delcides Marques
Natureza: Projeto de pesquisa
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O presente projeto intitulado “Antropologia das formas expressivas” pretende contemplar uma série de atividades de ensino, leitura, pesquisa e extensão. Sua efetivação está apoiada na proposta do Krisis – Laboratório de Antropologia Crítica, sediado na Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). O Laboratório opera a partir de uma postura de separação em relação ao espírito do nosso tempo, o que possibilita um discernimento crítico capaz de colocar a atualidade em perspectiva. Com isso, a decisão de separação é orientada metodologicamente pelo interesse na história e nas culturas, pois esses domínios de alteridade produzem a capacidade de tornar-se contemporâneo à época da qual fazemos parte e colocá-la sob exame. Essa investigação crítica é substancialmente antropológica, pois tem como objetivo compreender o que estamos fazendo de nós mesmos ou o que nós nos tornamos enquanto habitantes de um mundo de coisas feitas e pensadas pelos seres humanos. Em suma, fazer uma crítica do presente é o que nos interessa fundamentalmente, de modo que a teleologia do Krisis é ético-política: sendo assim, somos marcados pelo compromisso que as ciências humanas assumem com a melhoria das condições plurais de existência na Terra, o que implica em uma intransigência com toda forma de poder e deferência por toda luta que se insurge.
Responsável: Rainer Miranda Brito
Natureza: Programa de extensão
Website: https://ciclopes.art
O Ciclo Experimental de Artes Populares (CICLOPES) é um programa de ações culturais e educativas para a promoção e experimentação das artes populares dos sertões do nordeste do Brasil e mundo afora. O ciclo realiza publicações, apresentações artísticas, palestras e oficinas a partir de ações continuadas e esporádicas. Sediado no semiárido do Piauí, o CICLOPES abriga artes populares e clássicas diversas, mantendo especial atenção às dimensões performáticas associadas à música e às artes manuais. O CICLOPES é uma iniciativa de extensão da Univ. Fed. do Vale do São Francisco (UNIVASF), campus São Raimundo Nonato, Piauí.
Responsável: Adalton Marques
Natureza: Projeto de pesquisa
Este projeto propõe investigar as correlações entre três agenciamentos que atravessam o Território de Identidade do Sertão do São Francisco (TISSF): os esforços econômicos empregados para torná-lo uma fronteira agrário-energética importante, a expansão dos conflitos no campo no estado (líder em 2023) e das taxas de homicídios (líder em 2022), com destaque para Juazeiro, que ocupa a quinta colocação nacional. O problema de pesquisa indaga os modos pelos quais políticas de desenvolvimento e regionalização obliteram o reconhecimento público de conflitos territoriais, bem como as razões da proliferação associada de conflitos rurais e urbanos do TISSF. Nossa hipótese é que a expansão desses conflitos sofreu uma inflexão a partir dos esforços do governo Jaques Wagner para expandir as frentes agropecuárias, minerárias e de energias “limpas” na Bahia. A metodologia construída está dividida em seis etapas complementares, mas não sucessivas: 1) realizar um levantamento das obras e medidas neodesenvolvimentistas no TISSF, desde 2007; 2) construir um quadro histórico-econômico das políticas desenvolvimentistas na região; 3) expandir nossos trabalhos de campo junto a comunidades de fundo de pasto, ribeirinhas, quilombolas e indígenas, mas também em bairros urbanos; 4) realizar levantamento sistemático dos homicídios, da letalidade policial, dos crimes contra o patrimônio, do tráfico de entorpecentes e do encarceramento na região, desde 2007; 5) realizar levantamento sistemático da cobertura jornalística realizada pelas mídias locais a respeito da segurança pública nos municípios que compõem o TISSF; e, finalmente, 6) classificar e sistematizar em ambiente SIG (Sistema de Informações Geográficas) os dados obtidos ao longo da pesquisa.
Responsável: Antonio Lucas Cordeiro
Natureza: Projeto de pesquisa
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O projeto objetiva articular diferentes interesses de estudo que envolvem dinâmicas socioculturais na interface entre rural e urbano no Nordeste brasileiro, com atenção especial para contextos interioranos, de povos e comunidades tradicionais, de expansão das fronteiras agrícolas e de disputas territoriais. Nesse sentido, busca-se explorar dois eixos interconectados e seus temas correlacionados: (1) as características dos modos de vida de populações interioranas, rurais e de povos e comunidades tradicionais; e (2) as transformações pelas quais regiões com essas populações têm passado a partir de dinâmicas acentuadas pela expansão das fronteiras agrícolas e pelas disputas territoriais, bem como os desdobramentos dessas dinâmicas e de processos conexos, como a urbanização. Em termos metodológicos, os estudos serão conduzidos a partir de uma orientação etnográfica, com uso de observações e descrições, registros fotográficos e entrevistas. Soma-se a essa estratégia o uso de bases de dados secundários, como os Censos Demográficos, os Censos Escolares e bases como a Produção Agrícola Municipal, dentre outras.
Responsável: Gabriel Pugliese Cardoso
Natureza: Projeto de pesquisa
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Este projeto visa estudar e problematizar múltiplas formas biopolíticas de governo populacionais e individuais que se desenvolveram e se arraigaram no Brasil a partir da chegada da família real portuguesa em 1808. Ele se debruçará em cinco domínios de experiência humana: 1) a saúde e a doença, física e mental; 2) a educação e a instrução; 3) as relações de gênero, sexualidade e afetividade; 4) os modos de vida, a subjetividade e o ambiente; 5) a diáspora, identidade e racismo. Ele projeta, assim, um plano de reunir, abrigar e fomentar investigações da graduação e da pós-graduação com propósito de consolidação do Krisis- laboratório de Antropologia Crítica, e da Linha de pesquisa “Economia Política e Técnicas de Governo” do Programa de Pós-graduação em Política, Cultura e Ambiente. Por meio de pesquisas teóricas, históricas e etnográficas, o projeto colocará em perspetiva 1) as formas de veredicção, entendidas como um conjunto de processos de produção e enunciação da verdade; 2) tecnologias de governo, matrizes normativas de comportamento e de construção da razão de Estado; 3) modos de subjetivação, que significam o conjunto de elaborações sobre como conduzir a si mesmo e os/as outros/as tendo em vista a construção de um sujeito possível.
Responsável: Adalton Marques
Natureza: Projeto de extensão
Este projeto de extensão tem o objetivo principal de levantar dados a respeito dos impactos da extração de ferro pela mineradora Tombador Iron Limited no território da Serra da Bicuda, município de Sento Sé (BA). Especificamente, trata-se de identificar os danos provocados pela mineração desde a instalação da empresa, em 2020 – sem o cumprimento de exigência legais –, elencados em 6 eixos: econômico, saúde, psicológico, ambiental, social e cultural. O projeto é viabilizado por meio de uma parceria entre equipe multidisciplinar vinculada à Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), agentes pastorais da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e pessoas atingidas pela mineração reunidas na Associação da União das Comunidades Tradicionais de Andorinhas, Aldeia, Itapera, Pascoal, Limoeiro, Retiro de Baixo, Retiro de Cima, Tombador, Cajuí, Volta da Serra e Ponta D’Água de Sento Sé (ASCOMSSÉ). A partir de revisão bibliográfica, pesquisa de campo, encontros com metodologias participativas nas onze comunidades, análise e sistematização de dados, pretende-se elaborar um instrumento de reparação e combate ao racismo ambiental inspirado na “matriz de danos”, documento que compila danos materiais, imateriais e morais identificados após o rompimento da barragem da mineradora Samarco, em Mariana (MG). A proposta se justifica, por um lado, pelo crescimento vertiginoso dos impactos relatados pelas comunidades ribeirinhas e quilombolas de Sento Sé; e por outro, pelo avanço de grandes projetos de “desenvolvimento” no Território de Identidade do Sertão do São Francisco (TISSF). Considera-se, ainda, a recorrência de danos sociais, culturais, ambientais, econômicos e à saúde física e mental no território impactado pela construção da barragem de Sobradinho, na década de 1970. Dessa maneira, buscamos fortalecer as comunidades tradicionais; promover a garantia de direitos humanos frente às violações sofridas; aprofundar laços entre a universidade, organizações da sociedade civil e comunidades tradicionais; e difundir conhecimentos científicos e tradicionais através da produção da matriz de danos, de um protocolo de elegibilidade de danos, de um protocolo de consulta às comunidades para a eventual instalação de empreendimentos no futuro, de uma cartilha informativa, de um artigo científico e do relatório final, que também tentaremos publicar em formato de livro.
Responsável: José Jaime Freitas Macedo
Natureza: Projeto de pesquisa
Este projeto tem como descrição: O Território Quilombola Lagoas é um conjunto de 119 comunidades articuladas a partir da Comunidade Lagoa de São Victor, que era a antiga sede da fazenda São Vitor e está localizado no Sudeste do Piauí, mais precisamente nos municípios de São Raimundo Nonato, de Fartura do Piauí, São Lourenço, Bomfim do Piauí, Dirceu Arcoverde e Várzea Branca. Todos pertencentes ao Território de Desenvolvimento Sustentável Serra da Capivara, localizado no Sudeste do Piauí. O Território Lagoas/PI é a segunda maior área quilombola do País em terras contínuas com seus 62.400 hectares. São 119 comunidades, com estimadamente 1500 famílias. Atualmente, o Território Quilombola Lagoas tem enfrentado muitas situações que implicam em ameaça direta à sua sobrevivência. Um exemplo é a ação de mineradoras no território buscando romper o seu equilíbrio jurídico-social para exercer a lavra. A ausência de regularização fundiária fragiliza em muito a luta quilombola contra a mineração e pela permanência dos seus modos de vida ambientalmente sustentáveis. Várias têm sido as ações da Univasf visando contribuir com as comunidades quilombolas do Território Lagoas no sentido da sua permanência e da consequente preservação e sustentabilidade sócio-ambiental gerada com isto. Fazer o levantamento e mapeamento das memórias, representações, histórias e suas identidades e modos de vida é mais um passo neste sentido. Estas comunidades têm modos de vida ancestrais que preservam o meio ambiente, pois precisam da umburana/imburana e de outras árvores e plantas para cuidados com a saúde ou mantém uma agricultura familiar sustentável em suas roças que dependem de água e solo não poluídos ou ainda precisam de ar em condições de habitabilidade e não com rejeitos químicos através de partículas de pó ou em formas de gases nocivos a saúde humana e animal. E mais, o Território Quilombola Lagoas é, no todo ou em parte, fonte de manancial hídrico para algumas sedes de municípios, inclusive São Raimundo Nonato, o maior da região, com cerca de 40 mil habitantes. Assim, contribuir para a permanência das comunidades do Território Lagoas é contribuir para o Desenvolvimento Sustentável do Território Serra da Capivara. Além disso, as representações identitárias construídas a partir das suas tradições religiosas afrobrasileiras e de suas construções culturais de matrizes africanas são, também, fundamentais para compreender os modos de bem viver destas comunidades. Este projeto guarda-chuva busca trabalhar com esta gama de conhecimentos e de memórias.