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Sobre o PoCAm

O Programa de Pós-graduação em Política, Cultura e Ambiente (PoCAm) é  um programa de mestrado acadêmico e uma iniciativa pioneira de produção, ampliação e difusão de conhecimentos em ciências humanas e sociais sobre o semiárido nordestino. Fundamentado na multicampia – com funcionamento em dois campi da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), Juazeiro BA e Serra da Capivara (localizado em São Raimundo Nonato PI) – e na interdisciplinaridade, pretende formar recursos humanos com robusta vocação para pesquisa e extensão, privilegiando o diálogo com populações da Caatinga, valorização de artes e ofícios, saberes-fazeres e de conhecimentos culturalmente diferenciados, o estímulo à concepção de formas de desenvolvimento alternativas aos modelos capitalistas consolidados, sem perder de vista as especificidades ambientais e do conjunto de ações governamentais e de mercado que conformaram a própria ideia de semiárido.

Parte destes objetivos é empreendida através de atividades de pesquisa, ensino e extensão realizadas por docentes e discentes da graduação em Ciências Sociais (sediada em Juazeiro), do recente bacharelado em Antropologia (com sede em São Raimundo Nonato) e por professores e professoras de outros colegiados acadêmicos que fazem parte desta proposta.

Ainda que as especificidades ambientais, políticas e culturais do semiárido ganhem um especial relevo em sua proposta, as disciplinas e possibilidades de realização de pesquisas não estão restritas a elas. O semiárido se faz no PoCAm, sobretudo, como um lócus de formação em ciências humanas e sociais para a consolidação de recursos humanos aptos a atuarem no ensino básico, médio e superior e se inserirem profissionalmente na produção e inovação de tecnologias sociais para a promoção de políticas de cultura, educação, direitos humanos e defesa da sociobiodiversidade em órgãos da administração pública e em organizações da sociedade civil.

O curso é ofertado no período vespertino e tem duração mínima de 24 meses e máxima de 30 meses. Os discentes devem integralizar 100 unidades de crédito, entre as quais 12 (doze) créditos são correspondentes às disciplinas obrigatórias, 12 (doze) às optativas e 76 (setenta e seis) créditos para a elaboração da dissertação. O Exame de Qualificação deverá ser realizado até o 18º mês após o ingresso no curso.

Área de concentração

O curso propõe uma formação baseada no estudo das relações políticas, culturais e ambientais que constituíram e que atravessam o semiárido brasileiro, combinada a uma disposição comparativista e universalista que ampara a história da Antropologia. O horizonte dessa formação abarca questões relativas às dinâmicas socioambientais e à singularidade dos modos de existência; às formas de governo, em seus aspectos colonialistas, organizacionais, teológicos e biopolíticos; aos modos de produção, no domínio das artes, dos meios urbanos e urbanizados, do patrimônio, da memória, da história das populações e das instituições pretéritas e contemporâneas. 

O eixo estruturante das linhas de pesquisa e disciplinas adere aos problemas éticos, metodológicos e teóricos da Antropologia, incentivando incursões em diversas áreas das Ciências Humanas e das Ciências Sociais Aplicadas, tais como Sociologia, Estudos Latino-Americanos, Demografia, Administração Pública, Musicologia, Arqueologia e Geografia/ Geociências, possibilitando, assim, convergências de saberes em chave interdisciplinar. Essa abordagem proporciona uma formação integrada em pesquisa e extensão, aquisição de habilidades para que os estudantes atuem como docentes em diversos níveis e capacitação profissional na produção, inovação e promoção artístico-cultural e de tecnologias sociais e educacionais voltadas à administração pública e organizações da sociedade civil.

Estrutura curricular

O currículo da proposta apresenta um conjunto de disciplinas que visam ofertar uma formação ampla em Política, Cultura e Ambiente, incluindo temáticas da Antropologia, Sociologia, Estudos Latino-Americanos, Demografia, Administração Pública, Musicologia, Arqueologia e Geografia/ Geociências. As três disciplinas obrigatórias, listadas abaixo, conformam o eixo fundamental da proposta, ofertando os fundamentos teórico-metodológicos basilares do curso de mestrado acadêmico:

1. Teorias de cultura e sociedade (60 horas, 4 créditos);
2. Semiárido brasileiro e perspectivas ambientais (60 horas, 4 créditos);
3. Metodologia, Pesquisa e Extensão (60 horas, 4 créditos).

Dadas as especificidades multicampi que fundamentam o programa e, sobretudo, para compor vínculos entre o corpo discente e docente dos dois campi (Serra da Capivara e Juazeiro), o mestrado realiza um seminário anual que reúne estudantes e professores de ambos os polos. Além deste seminário, as disciplinas obrigatórias são ofertadas conjuntamente por professores dos dois campi. Assim, os discentes assistirão parte das disciplinas obrigatórias (presencialmente) com professores de seu campus e a outra parte por meio remoto.

A gama de disciplinas optativas, por sua vez, apresenta conteúdos vinculados às linhas de pesquisa do mestrado e às temáticas de atuação dos docentes e discentes. 

Abaixo a lista de disciplinas optativas:

- Capitalismo e controle social
– Desenvolvimento e sociedades
– Drogas, saúde e políticas públicas
– Ecologia política
– Economia política e técnicas de governo
– Gênero, família e parentesco
– Mitologia, religião e poder
– Políticas da vida, da saúde e do bem-viver
– Questões demográficas atuais
– Raça e comunidades tradicionais, saberes, ancestralidades e identidades
– Técnica, estética, som e sociedade
– Teoria Descolonial
– Terra, trabalho e conflito
– Tópicos Especiais I
– Tópicos Especiais II

Faz-se importante destacar que os créditos de uma das disciplinas optativas poderão ser cumpridos pela participação nas Atividades Curriculares Complementares (ACC): realização de Estágio Docente (2 créditos), participação na organização do Seminário anual do PoCAm (2 créditos), publicação de artigo (2 créditos) e elaboração de produto em projeto de extensão (2 créditos).

Linhas de pesquisa

O curso propõe uma formação baseada no estudo das relações políticas, culturais e ambientais que constituíram e que atravessam o semiárido brasileiro, combinada a uma disposição comparativista e universalista que ampara a história da Antropologia. O horizonte dessa formação abarca questões relativas às dinâmicas socioambientais e à singularidade dos modos de existência; às formas de governo, em seus aspectos colonialistas, organizacionais, teológicos e biopolíticos; aos modos de produção, no domínio das artes, dos meios urbanos e urbanizados, do patrimônio, da memória, da história das populações e das instituições pretéritas e contemporâneas. O eixo estruturante das linhas de pesquisa e disciplinas adere aos problemas éticos, metodológicos e teóricos da Antropologia, incentivando incursões em diversas áreas das Ciências Humanas e das Ciências Sociais Aplicadas, tais como Sociologia, Estudos Latino-Americanos, Demografia, Administração Pública, Musicologia, Arqueologia e Geografia/ Geociências, possibilitando, assim, convergências de saberes em chave interdisciplinar. 

Essa abordagem proporciona uma formação integrada em pesquisa e extensão, aquisição de habilidades para que os estudantes atuem como docentes em diversos níveis e capacitação profissional na produção, inovação e promoção artístico-cultural e de tecnologias sociais e educacionais voltadas à administração pública e organizações da sociedade civil.

O mestrado acadêmico em Política, Cultura e Ambiente possui uma única área de concentração de mesmo título (Política, Cultura e Ambiente) e 3 linhas de pesquisa:

1. Regimes de conhecimento e agenciamentos socioambientais
Prioriza o estudo de relações entre saberes e suas práticas que emergem de modos de existência diversos, constituintes de territórios e poderes, envolvidos por ambientes frequentemente tramados por tensões de tipo Natureza/Cultura, Moderno/Tradicional, Identidade/Diferença e Poder/Resistência presentes nas ciências sociais desde sua constituição primeira. A partir de métodos etnográficos, historiográficos e cartográficos, ocupa-se dos processos de elaboração de tecnologias, memórias, biografias, parentescos e críticas aos efeitos de poder, com ênfase na produção de socialidades e associações sem abrir mão da dinâmica propiciada por conflitos de, e entre, diferentes escalas. Busca, assim, subsidiar pesquisas, projetos e intervenções voltadas à produção de políticas públicas sobre gênero, drogas, sociobiodiversidade, saberes tradicionais, territorialidades e direitos culturalmente diferenciados, mas também à crítica dos regimes fundiários excludentes, das segregações urbanas e das desigualdades econômicas e civis.

 2. Economia política e técnicas de governo
Estuda a constituição e o funcionamento das diversas formas de governar por meio sobretudo de análises históricas, filológicas e etnográficas. São examinadas as técnicas de administração estatais e não-estatais, os modos de produção e reprodução, as relações de colonialidade e os programas teológico políticos, privilegiando distintos processos organizacionais e modalidades de gestão: das condutas individuais e populacionais; dos valores, das coisas e sua circulação; dos conflitos e das diferenças; e da vida e do ambiente, do corpo e da saúde, da alma e da moral. Desdobram-se ações voltadas para questões de tolerância religiosa, funcionamento do Estado, questões demográficas, economia e administração pública, explorando a articulação entre extensão, pesquisa e ensino, em proximidade com instâncias estatais, organizações sociais e comunidades urbanas e rurais.

3. Modos de produção e formas expressivas
Estuda relações entre diferentes modos de produção e formas expressivas, reunindo perspectivas sincrônicas e diacrônicas acerca dos regimes de práticas que atravessam ou são constituídos no(s) domínio(s) do trabalho e da cultura, das letras, das artes e dos ofícios, da religião, da política e da economia. A partir da cultura material, fontes documentais, produções literárias, expressões do cotidiano e relações de poder, busca-se promover análises de cunho histórico, crítico e artístico em torno da natureza material e discursiva com as quais sociedades compõem suas estéticas, desempenham seus trabalhos, organizam suas instituições e tensionam suas produções. Busca-se, também, o desenvolvimento de ações extensionistas amparadas por reflexões sobre práticas artísticas e políticas culturais, materiais arqueológicos e políticas de preservação patrimonial, dinâmicas econômicas e demográficas, produção da desigualdade, banalização da vida e da morte e violação de direitos humanos.